RUBIACEAE

Coussarea strigosipes Müll.Arg.

Como citar:

Raquel Negrão; Rodrigo Amaro. 2017. Coussarea strigosipes (RUBIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

29.546,61 Km2

AOO:

56,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do estado do Rio de Janeiro, com ocorrência no município de Itatiaia, em diferentes localidades do PARNA Itatiaia e com um registro indicado em bibliografia (Pereira, 2007) para o município de Nova Friburgo, na estrada para Macaé de Cima, porém sem material validado por especialista. Ocorre em altitudes com ca. 1000 m (H.I. Monteira 1012-59).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Raquel Negrão
Revisor: Rodrigo Amaro
Critério: B1ab(i,ii,iii,iv)+2ab(i,ii,iii,iv)
Categoria: EN
Justificativa:

Espécie endêmica do estado do Rio de Janeiro, caracterizada como arbustos ou árvores de médio porte (Pereira, 2007), apresenta distribuição restrita em Itatiaia, onde ocorre em diferentes localidades do Parna Itatiaia, na margem de rios, florestas e em trilhas, em altitudes de cerca de 1000 m. Apresenta EOO=13 km², AOO=24 km² e cinco situações de ameaça considerando a pequena distância entre as localidades de ocorrência, os hábitats específicos e os vetores de pressão incidentes. As principais ameaças à espécie são a proximidade de estradas e trilhas de acesso a picos, cachoeiras e rios, e o turismo no Parna Itatiaia, caracterizado como uma atividade intensa, muitas vezes descontrolada e geradora de impactos como alargamento das trilhas e erosão do solo (Barros, 2003). Além disso, são também ameaças na região, a ocupação humana com o uso de recursos do Parque e atividades agropastoris associadas a incêndios de origem antrópica (WWF, 2015; Aximoff, 2011). Não há evidências de que muitas dessas ameaças devam cessar em um futuro próximo (WWF, 2015). Assim, em vista das ameaças incidentes, infere-se um declínio contínuo da EOO, AOO, qualidade de hábitat e de subpopulações, caso ações de conservação não sejam realizadas.

Último avistamento: 2012
Quantidade de locations: 5
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Flora 58: 467. 1875.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: bush, small tree, tree
Luminosidade: heliophytic, esciophytic, mesophytic
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa Montana
Habitats: 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Espécies caracterizada como arbustos a árvores de médio porte com altura entre ca. 2-7 m (Pereira, 2007), endêmica da Mata Atlântica, com ocorrência em Floresta Ombrófila Densa Montana (A.Lobão 1903). Desenvolve-se em diferentes condições de luminosidade, sendo considerada geralmente umbrófila (J.M.A.Braga 1673; 2533; S.J.Silva Neto 1880) e ás vezes semi-heliófila (M.G.Bovini 810) e heliófila (G.Martinelli 10757), ocorrendo em margem de rios (J.M.A.Braga 1924), florestas (R.Guedes 2485) e comum em trilhas (J.M.A.Braga 1673; H.I.Monteiro 1012-59).
Referências:
  1. Pereira, M. do S., 2007. O gênero Coussarea Aubl.(Rubiaceae, Rubioideae, Coussareae) na Mata Atlântica. Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE.

Reprodução:

Detalhes: De acordo com os registros de ocorrência, foi encontrada com flores e/ou frutos em praticamente todos os meses do ano.
Fenologia: flowering (Jan~Dec), fruiting (Fev~Dec)

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.1 Species mortality 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity locality,habitat,occupancy,occurrence past,present,future regional very high
As queimadas em Itatiaia, que em 97% dos casos tem origem antrópica, representam grande impacto sobre espécies ameaçadas de extinção que não toleram fogo (Aximoff, 2011). Em sete anos (2004-2011), 5.724 ha foram atingidos por fogo dentro e no entorno do PARNA do Itatiaia (Aximoff, 2011; Aximoff e Rodrigues, 2011). O Parque Nacional da Itatiaia sofre com a ocorrência de incêndios excessivos prejudiciais ao parque e à conservação e manutenção da biodiversidade da área, como apontado no relatório técnico de Aximoff (2007).
Referências:
  1. Aximoff, I., 2011. O que Perdemos com a Passagem do Fogo pelos Campos de Altitude do Estado do Rio de Janeiro? Biodiversidade Bras. 1, 180–200.
  2. Aximoff, I., Rodrigues, R.D.C., 2011. Histórico dos incêndios florestais no Parque nacional do Itatiaia. Cienc. Florest. 21, 83–92.
  3. Aximoff, I., 2007. Impactos do fogo na vegetação do Planalto do Itatiaia. Relatório Técnico. Parq. Nac. Itatiaia. ICMBio/MMA.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas habitat,locality,occupancy present,future regional very high
O turismo no Parque Nacional do Itatiaia é uma atividade intensa e muitas vezes, descontrolada, geradora de uma série de impactos ambientais como apontado no estudo de Barros (2003), como a expansão excessiva da largura de trilhas e a erosão do solo.
Referências:
  1. Barros, M.I.A. De. 2003. Caracterização da visitação, dos visitantes e avaliação dos impactos ecológicos e recreativos do planalto do Parque Nacional do Itatiaia. Piracicaba, SP 121.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development locality,habitat,occupancy past,present,future regional high
A espécie foi encontrada próxima a sítio (R.R.Guedes 2485) e hotel(S.J.Silva Neto 1880), na atual área do PARNA Itatiaia. O Parque Nacional do Itatiaia (RJ) sofre diversas ameaças, dentre as mais severas, destacam-se: a ocupação humana com o uso de recursos do Parque e atividades agropastoris (WWF, 2015). Não há evidências que muitas dessas ameaças devam cessar em um futuro recente (WWF, 2015).
Referências:
  1. WWF, 2015 Observatório de UCs: Parque Nacional do Itatiaia. Disponível em <http://observatorio.wwf.org.br/unidades/cadastro/387>. Acesso em 7 abril 2015.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie ocorre em diferentes localidades do PARNA Itatiaia (Gomes e Barbosa, 2014; Pereira, 2007).